quarta-feira, 3 de março de 2010

Coldplay em São Paulo: Chris Martin comemora aniversário no palco

Quando eu era mais nova e comecei a ouvir Coldplay, alguém me dissse que era coisa de gente depressiva. Depois daquele dia, eu parei de ouvir com tanta frequência. Isso durou até o Viva La Vida, que eu simplesmente não resisti. Agora, que eu sei que não vou ficar com depressão porque ouço a banda, fui neste show no Morumbi, que acaba de entrar para a lista dos inesquecíveis.

Mesmo com um vento gelado, a plateia (que a organização afirma somar 70 mil pessoas) ficou esperando, em busca do lugar mais próximo ao palco, o que poderia ser uma surpresa a qualquer momento já que, além do principal, haviam duas passarelas e outro palanque no meio do público. Começou a tocar a valsa 'O Danúbio Azul' (Johann Strauss) e alguém do meu lado se perguntou onde estavam suas sapatilhas. As dela eu não sei mas, de repente, as luzes se apagaram e ele estava lá: com seu terno preto com faixas coloridas e um belo sorriso, Chris Martin começou o show, ao som de 'Life in Technicolor', música do último disco.

Animado, o aniversariante da noite treinou bem seu português, com seus "boa noite" e "obrigado galera". E então ele seguiu com 'Violet Hill' e 'Clocks', debaixo de grandes balões pendurados no teto que mudavam de cor ou imagem conforme a faixa. Com o fim da canção, o público estourou bexigas nas cores preta, branca e vermelha. Enquanto a plateia gritava a todos pulmões 'In My Place', um "por favor" pedia para o público continuar, enquanto ele corria por todos os lados do palco com seu inconfundível carisma e uma dança estranha. Mas foi em 'Yellow' que enormes bexigas amarelas foram lançadas para os fãs.

'Glass of Water' parece não ter empolgado muito, seguida de 'Cemeteries of London', mas o público respondeu com uma bela capela em 'Fix You'. A voz da galera ganhou um "Wow" do vocalista no fim da música. Em 'Strawberry Swing', Chris pede: "quero ver os telefones". Na mesma hora, todo o público acende seus aparelhos para o já conhecido efeito que deixa o estádio iluminado.

No palco da direita, o Coldplay se prepara para 'God Put a Smile Upon Your Face/ Talk', mas é 'The Hardest Part' que emociona. Depois da calmaria que a canção gerou, como um raio, ele levanta do banco e sai correndo pelo palco para cantar a mais esperada da noite - 'Viva la Vida'! O "oooooo" ainda não saiu da minha cabeça. Principalmente porque ele se derrubou no chão, bem à minha frente, como num desmaio, e só levantou depois de a galera cantarolar muito o trecho. Tanto, que foi assim que pedimos o bis, com "ooooooo".

Como num passe de mágica, a banda saiu enfileirada do placo e vi um a um passar pela minha frente, para seguir ao palco no meio do público. Lá, teve 'Lost', 'Shiver' - para arrepiar até os mais insensíveis - e o principal: parabéns a você para Chris Martin... Em português! Após a homenagem e os abraços, a sequência 'Death will never conquer'/ 'Don Quixote' tomou conta do palco, com o vocalista na gaita.

De volta à frente do Morumbi, o grupo tocou 'Politik' e 'Lovers in Japan', com chuva de papéis em formato de borboleta. O tempo todo, o show conseguiu equilibrar os momentos calmos com situações de grande empolgação. Foi aí que a apresentação se encerrou, com 'Death and all his friends' e muitos agradecimentos. O bis ficou por conta de 'The Scientist' e 'Life in Technicolor II', além de um "obrigado por apoiarem a banda".

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